Após 23 anos, a Prefeitura de Santos /SP realizará concurso público para Orquestra Sinfônica Municipal (OSMS). O edital será lançado na segunda quinzena de abril e as provas acontecem em maio. O anúncio foi feito na quarta-feira, em coletiva de imprensa para divulgar o lançamento da Temporada Oficial de Concertos de 2019.
O edital visa a contratação de 11 novos músicos. “Estamos fazendo um raio-x para definir quais são os instrumentistas de maior necessidade no momento”, explicou o maestro Luís Gustavo Petri.
Este é o terceiro concurso desde a criação da Orquestra – há 25 anos. “Fizemos dois concursos em todos estes anos, e agora estamos revivendo isso”, comentou Petri, que participou da elaboração da Lei que instituiu a Sinfônica em Santos. “É uma demonstração de como a cidade está na contramão de vilanizar a cultura, como tem acontecido no restante do Brasil”, completou.
O secretário de Cultura, Rafael Leal, destacou que “nunca é tarde para corrigir esse erro histórico de estarmos há tanto tempo sem concurso”.
Ainda segundo Leal, a falta de concurso poderia representar um fim da Orquestra nos próximos anos. “Se vier um gestor que não pense em Cultura, ele poderia simplesmente acabar com tudo”.
Temporada
O concerto de abertura da temporada de 2019 aconteceu nesta quinta-feira, no Teatro Coliseu. O programa, regido por Luís Gustavo Petri, trouxe a Sinfonia n.2 “Antar”, do russo Nicolai Rimsky-Korsakov, executada pela primeira com a OSMS, e a Bachiana Brasileira n.4 do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos. Além de homenagem a Gilberto Mendes, com a execução da sua Abertura da Ópera Issa.
A temporada conta com duas séries: a residente e a itinerante. A residente acontece sempre nas últimas quintas-feiras do mês. Até junho, as apresentações serão no Teatro Coliseu. De julho a dezembro, por conta de obras no Coliseu, a série residente passa a ser apresentada no Teatro Municipal.
A série itinerante estreia em junho, no Morro da Nova Cintra. Em julho, o concerto será no Festival de Campos do Jordão; em agosto, na Praça Mauá; em setembro, na Sala São Paulo; em outubro, na Paróquia Santa Margarida Maria; em dezembro, na Basílica Santo Antônio do Embaré. A última apresentação do ano será na festa de réveillon.
As datas serão divulgadas posteriormente pela Prefeitura Municipal e na página do Facebook ‘Orquestra Sinfônica Municipal de Santos’.
“Teremos ainda umas duas ou três ‘cerejas do bolo’, mas essas são surpresas, por isso não constam na programação”, disse Leal.
Cultura
Na coletiva, os presentes falaram ainda da importância da cultura para o Brasil.
“Tem gente que fala ‘precisamos de engenheiros, não de artistas’, mas precisamos dos dois. Quem fala que não precisa de artista vive em um mundo sem beleza. É impossível viver sem arte. Sociedade que não reconhece isso é uma sociedade doente”, lembrou o maestro.
Para o vice-prefeito, Sandoval Soares, o município vive um momento muito importante na cultura. “Santos respira cultura e tem sido um exemplo para outras cidades do Brasil e até do exterior”.
Fonte: Diário do Litoral
