A música como agente transformador. Foi no município de Campo Maior, município localizado a 84km de Teresina, na região Norte do Piauí, que a primeira Orquestra Sanfônica infantil do Estado foi criada. Meninos e meninas de várias idades aprendem desde cedo a manusear um instrumento considerado de difícil: a sanfona.
Arielle Gomes, de 10 anos, participa do projeto há dois. Um dos seus grandes incentivos para começar a aprender o instrumento foi o pedido de seu avô, por conta de um tio que sabia tocar. “Meu avô falou para mim que eu tinha que tocar. A sanfona para mim é alegria. Eu amor tocar sanfona”, conta.
Já Rafaela Rodrigues, de 11 anos, criou gosto pela sanfona e não perde as aulas. “Desde pequena meu pai dizia que os instrumentos eram legais e eu deveria me interessar. Comecei no teclado, depois fui para o violão e agora estou na sanfona”, revela.
Hoje o projeto conta com 37 sanfonas, que viveram para o projeto através de doações. Para o professor Flávio Roberto, que é o regente da orquestra, trata-se de um trabalho de resgate cultural da região dos carnaubais. “É um projeto que busca resgatar acultura do acordeom usando a música como ferramenta de inclusão”, define.
A ideia das aulas de sanfona surgiu da necessidade de reeducar crianças que não se adaptavam às regras da escola, é o que diz a criadora da orquestra infantil, Irmã Natividade, freira da Congregação das Filhas de Santa Tereza. Para ela, hoje o projeto é um dos seus vários orgulhos. “Com 81 anos, esse projeto me sustenta nessa casa. Sempre assisto às aulas. Mesmo do meu quarto, eu fico escutando”, conta.
Vitórias, recordações, saudades, alegrias ou tristezas. A música faz parte da vida de todo mundo pelo poder de proporcionar várias sensações, mas também transforma realidades e constrói novos cidadãos.
Fonte: Com informações do Jornal Meio Norte
