Piano fica à disposição para quem quiser tocar e quebrar ‘clima de hospital’

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Basta alguém sentar no banquinho e começar a tocar, para atrair olhares e aproximar quem gosta de música

O som do piano é ouvido e logo atrai olhares. Basta as primeiras notas, para os curiosos e admiradores chegarem mais perto do piano de cauda Rösler. O que é mais incomum, é local onde ele está: a recepção de um hospital de Campo Grande. O instrumento está ali desde o ano passado e fica à disposição para quem quiser tocar, seja paciente, acompanhante ou funcionário.

O supervisor de humanização do Hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul), Gabriel Scatena, explica que o piano está no local desde junho do ano passado e faz parte de um projeto que utiliza a música como forma de promover bem-estar aos pacientes e a qualquer pessoa que passa pelo hospital.

“Qualquer um pode chegar aqui. Pede a chave ali para o segurança, a pessoa senta e pode tocar. Não tem hora, não tem dia, não tem contraindicação o piano. Também, para trazer um pouco do afeto do nosso hospital para as pessoas, a gente sempre deixa o cartãozinho com o bombom para quem toca. Todo dia tem alguém que senta ali para fazer alguma coisinha, mesmo que não seja tocar”, diz Scatena.

Além do piano, a música também está presente no hospital pelo coral, que é composto por pelas funcionárias, mas, segundo Scatena, é aberto à comunidade. Os ensaios são duas vezes por semana, às segundas e sextas-feiras, e quem tiver interesse em participar, basta entrar em contato por telefone com o hospital. Geralmente, conforme o supervisor, pelo menos um ensaio da semana é feito ao piano e, com isso, a música se espalha pela recepção do hospital.

“É um projeto para futuro termos a musicoterapia – técnicas que utilizam da música para melhorar sintomas físicos e trazer qualidade de vida para os seus pacientes – aqui. Por hora, é uma iniciativa para os pacientes, para quem passa por aqui, para os próprios colaboradores e quem quiser deixar um pouquinho de alegria e um pouquinho desse amor. O piano veio trazer isso, um pouquinho de afeto para dentro do hospital”, diz.

O piano fica à esquerda de quem entra no hospital e a maioria das pessoas se concentra do outro lado. Não são todos os dias que aparecem pessoas que sabem tocar, mesmo assim, a equipe do hospital, diz que é surpreendente a quantidade de pessoas que entendem do instrumento e se arriscam.

Geralmente, há pelo menos, uma pessoa por dia que toca o instrumento. Para demostrar o poder da música, Scatena começa a tocar uma música e o efeito logo é visto. Os lugares onde não havia ninguém esperando, na área da esquerda, já começam a ser ocupados por quem aguarda algum paciente no hospital.

A aposentada Lurdes Pereira da Silva foi ao hospital com a filha, levar o neto. Ela foi primeira a se aproximar do piano. “Chama a atenção. No Hospital do Câncer também tem. Eu ouvi tocar e vim para cá para ver. Uma pena que só dá para ouvir aqui em baixo, diz”.

A professora Damares Moreira Alves levou o filho de 14 anos para fazer exames. Enquanto aguardava, ouviu o piano e logo se aproximou para perguntar se o supervisor tocava música clássica também. Ela toca órgão e teclado há 18 anos e, apesar de não se arriscar a tocar o piano, diz que a música muda o ambiente. “A música é uma forma de expressar sentimentos faz com quem está aqui se distraia, o pensamento voa. Às vezes, a pessoa que está aqui está tensa”.

O músico PC Ribeiro foi ao hospital pegar um documento e também tocou uma música. “Já tinha visto o piano aqui. É de grande valor cultural e artístico, não só para quem espera atendimento porque oferece alegria e algo de artístico. Poderíamos ter essa iniciativa em mais espaços públicos para que transformar esses espaços e para que mais pessoas pudessem compartilhar da música”.

Assim como propõe o músico, em São Paulo, projeto “Pianos no Metrô” existe desde março de 2011. São quatro pianos itinerantes que ficam disponíveis para os usuários por dois meses em cada estação. Os instrumentos, que podem ser tocados até o fechamento das estações, à meia-noite, têm por objetivo aproximar o público metroviário da arte.

Fonte: Portal Campo Grande News

Wendy Tonhati / (Foto: Kisie Ainoã)

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