Orquestrando o Brasil avança pelo país

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Iniciado ano passado, projeto já agrega mais de 200 grupos musicais de 136 município de 14 estados brasileiros

“O Orquestrando o Brasil é o legado que quero deixar diante de tudo o que o piano e a música me deram”, diz o maestro João Carlos Martins ao falar sobre o projeto que vem rodando o país desde o ano passado. A iniciativa já conta com grupos musicais de 136 municípios espalhados pelos estados de Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins, contabilizando cerca de oito mil músicos envolvidos.

O projeto, desenvolvido com o apoio da Fundação Banco do Brasil, SESI/SP e FIESP, é uma plataforma digital que busca unir regentes e líderes de grupos musicais dispersos por todo o Brasil. “Em muitos casos, os regentes não têm nenhum apoio técnico que não o do Orquestrando o Brasil, portanto o projeto procura romper o isolamento desses grupos e apoiar seu trabalho e divulgar suas realizações”, explica o maestro João Carlos Martin.

Uma das intenções do Orquestrando é conhecer, apoiar e principalmente ajudar a preservar o trabalho das bandas e orquestras, assim como, contribuir com a formação de novas orquestras, criando uma rede de músicos em todo o país.

Maestros das orquestras integrantes do projeto também são convidados a reger a Bachiana Filarmônica SESI-SP, sendo que até o momento, já foram convidados 21 maestros/maestrinas a reger a orquestra de João Carlos Martins. “Minha ideia com este projeto é criar um exército de maestros, pois em uma cidade pequena, o regente é tão importante quanto o prefeito porque ele está trazendo esperança através da música”, esclarece o maestro.

Encontro em terras mineiras

Desde que foi criado, o projeto já promoveu encontros com regentes e coordenadores musicais nas cidades de São José dos Campos/SP; Bauru/SP; Brotas/SP; Pirassununga/SP; Pitangueiras/SP; Maria da Fé/MG, Maringá/PR, Londrina/PR e João Pessoa/PB.

Na última semana foi a vez de Uberlândia/MG receber a equipe do Orquestrando. “A reunião foi fantástica, uma oportunidade para conhecer pessoas ligadas à área na cidade que eu nem conhecia e isso pode significar a união e uma assessoria técnica para produzir mais música em Uberlândia”, elucidou Alexandre Teixeira, da Orquestra Popular do Cerrado, um grupo de jazz ligada à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Com 17 integrantes, a orquestra, existe há nove anos e passou a ser integrante do projeto em setembro de 2018.

Opinião compartilhada com Roberta Jannini, gerente de Projetos de Responsabilidade Social na área de música do Instituto Alexa. “A reunião foi um cruzamento de ideias e é bom reunir pessoas de diversos grupos artísticos, que existem na cidade e mexem com música, pois a música realmente transforma”, afirmou.

O Alexa é uma OSC (Organização da Sociedade Civil – sem fins lucrativos) que existe desde 2010, em Uberlândia, desenvolvendo atividades com crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em parceria com associações e escolas da rede pública, nas áreas de cultura, educação e meio ambiente. Atualmente, atende cerca de 500 alunos no projeto de música. Conforme vão se aperfeiçoando, os estudantes passam a integrar a Orquestra Alexa, que hoje é composta por cerca de 100 jovens músicos.

Para Júlio César de Almeida, diretor do Conservatório Estadual de Música Cora Pavan Capparelli, a iniciativa é importantíssima, pois vem de encontro com a vontade do conservatório, de juntar grupos para fazer música. “Somos uma escola que tem 60 anos de tradição, temos 4500 alunos e estamos fazendo um grande projeto chamado Mostra Musical, que está em sua quarta edição e que reúne músicos alunos da escola para, em três dias, ocuparem o teatro municipal e as escolas municipais, com diversas apresentações musicais”, contou, reforçando que o chamado do maestro João Carlos Martins é extremamente importante para “fazerem essa grande música ir orquestrando pelo Brasil”.

Representante do Centro-Oeste

Coordenador musical da Orquestra de Cordas Dedilhadas e Coral Nova Vida, de Catalão/GO, Elton Sousa Correia, reforçou a importância de iniciativas incentivadoras como esta. “Fiquei muito feliz em participar dessa reunião, pois vi que o Orquestrando o Brasil visa levar música, unir artistas, unir ações e trazer visibilidade para projetos de vários lugares, de várias cidades, como no nosso caso”, disse.

A orquestra e o coral são projetos da Fundação Espírita Nova Vida (FENOVA), uma instituição sem fins lucrativos que existe há 30 anos e age para mudar a história de crianças e jovens, dos 7 aos 17 anos através da música, cultura, educação e ações de cidadania. “A orquestra completa 17 anos em 2019 e atende 200 crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social com aulas de violão, cavaquinho, coral, e baixo”, explicou, comentando ainda que a manutenção do projeto é feita através da Lei Rouanet e parcerias com empresas da região de sua atuação.

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