Orquestra Filarmônica UFRGS faz concerto de estreia

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O Salão de Atos da Universidade foi o palco do primeiro concerto presencial da Orquestra Filarmônica UFRGS, projeto desenvolvido no Instituto de Artes que recebeu o apoio institucional da Pró-Reitoria de Extensão (Prorext). Em sua estreia no maior espaço cultural do Campus Centro, a nova orquestra interpretou composições de Ernani Aguiar; Cyro Pereira e Antonin Dvorak sob a regência do maestro Carlos Eduardo Völker-Fecher.

O diretor do Instituto de Artes (IA) Raimundo José Barros Cruz considera a orquestra como um grande laboratório, que envolve diferentes saberes. “Acima de tudo, pelo potencial que uma formação desse tipo tem na sua relação com a comunidade. Ela deixa marcas na cena cultural, forma plateia e constitui um laboratório que reúne ensino, pesquisa e extensão.” Em sua avaliação, o concerto dá corpo ao projeto, enquanto o fomento proporcionado pela Prorext abre possibilidades como a curricularização das atividades da orquestra, o oferecimento de oficinas para estudantes e comunidade, a organização de atividades inclusivas, entre outras propostas.

Solista convidada que interpretou a Brasiliana nº 3 – Suíte (1998), do compositor rio-grandino Cyro Pereira, a professora Milene Aliverti falou de sua satisfação pela possibilidade de tocar com a orquestra do IA: “Esta obra fez parte da minha pesquisa de doutorado. Conheci e trabalhei com o maestro Cyro em São Paulo, quando ele atuava como regente na Orquestra Jazz Sinfônica na década de 1990”. Conforme a docente, a parte de violoncelo solista traz muitas dificuldades técnicas e representou um grande desafio, uma vez que “nenhum de nós havia escutado esta obra, que foi gravada no formato online e serviu de tema para um artigo apresentado por mim no congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM) no ano passado. Então, foi uma alegria dupla. Espero que o público tenha gostado”!

Histórico e desafios

O professor Raimundo conta que a ideia inicial surgiu em 2019 a partir do ingresso no Departamento de Música do maestro Carlos Völker-Fecher: “Com experiência em regência orquestral, ele procurou a direção do Instituto para saber da possibilidade de criarmos uma orquestra. Acolhemos a proposta com bastante alegria, pelo potencial que representa ter uma instituição desse tipo no IA”.

À época, a pró-reitora de Extensão Sandra de Deus apoiou a iniciativa. Mas, em meio ao processo de constituição do grupo, veio a pandemia. “Não interrompemos a implementação e decidimos enfrentar o período do distanciamento social de maneira produtiva. Foi uma experiência bonita e bastante positiva, com os alunos estudando a partir de suas casas. Vivemos a necessidade da gravação e edição das obras com o uso das tecnologias como um acontecimento pedagógico e terapêutico muito importante”, relembra.

Na retomada das atividades presencias, o grupo do IA procurou Adelina Mezzari e Eduardo Cardoso, atuais gestores da Prorext. Depois de uma conversa entre o maestro e os pró-reitores, a ideia de uma orquestra do Instituto de Artes evoluiu para uma orquestra UFRGS, com os estudantes recebendo bolsas de extensão. A acolhida do projeto pela Administração Central da Universidade envolveu a Secretaria de Comunicação: foi criado o logotipo da orquestra e toda a estrutura da Secom foi colocada à disposição a fim de divulgar as atividades da nova filarmônica, através do site e das redes sociais, além dos canais do jornal, da TV e da rádio.

Os anos de 2020 e 2021 foram de muito trabalho, estudo e promoção de melhorias, que exigiram diálogo constante com novas tecnologias, processos de edição das peças e dos vídeos. Para Raimundo, “foi um desafio interessante porque, embora gravar e lidar com as tecnologias já fosse parte do nosso cotidiano, a experiência do remoto total foi bastante nova: se auto gravar, se ouvir, estudar sozinho, enviar aos professores e ao maestro, discutir questões técnicas, avaliar com o professor e, noutro momento, gravar todos juntos”.

Por fim, o diretor ressalta o fato de uma orquestra demandar investimento constante, seja na manutenção dos instrumentos ou no fomento à participação dos jovens músicos: “Por isso, nos mantemos abertos a parceiras que possam viabilizar a continuidade desta iniciativa”, conclui.

Placa

Antes do início do concerto, ocorreu o descerramento da placa que marca a criação da Orquestra Filarmônica UFRGS. Participaram da cerimônia a pró-reitora de extensão, Adelina Mezzari; o vice-pró-reitor, Eduardo Cardoso; o diretor do Instituto de Artes, Raimundo Cruz; o diretor do Salão de Atos, José Francisco Machado da Rosa; o maestro Carlos Völker-Fecher; integrantes da Administração Central e equipe da Prorext.

A pró-reitora afirmou que o momento era de imensa alegria por representar um marco na história da UFRGS. “A Orquestra Filarmônica passa a ser mais um instrumento cultural da Universidade”, complementou Adelina. O maestro Völker-Fecher destacou que a Orquestra “traz uma provocação para o crescimento da música sinfônica no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre e na UFRGS”.

Fonte: UFRGS

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