Concerto desta quinta-feira (27) terá peças de Tchaikovsky e Shostakovich.
Dois momentos da música clássica russa – final do século 19 e meio do século 20 – serão apresentados em um concerto da Amazonas Filarmônica, às 20h desta quinta-feira (27), com entrada gratuita no Teatro Amazonas. O repertório reunirá obras de Pyotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) e Dmitri Shostakovich (1906-1975), com regência do maestro Otávio Simões.
As obras escolhidas foram “Francesca da Rimini”, poema sinfônico (1876) de Tchaikovsky, e “Sinfonia nº 5 em ré menor” (1937), de Shostakovich. De acordo com o maestro Otávio Simões, as duas peças têm características marcantes.
“‘Francesca’ é mais um dos poemas sinfônicos baseados na literatura escritos pelo Tchaikovsky, que também fez de ‘Romeu e Julieta’ e outras obras de Shakespeare. Esta obra fala de um personagem da ‘Divina Comédia’, do escritor e poeta italiano Dante Alighieri. No poema, Francesca se encontra no segundo círculo do inferno, condenada pelo pecado da luxúria e sendo atacada por ventos fortes”, comenta o maestro.
Simões explica que Tchaikovsky tenta traduzir o ambiente do poema em “Francesca da Rimini”. “Logo no começo, a orquestra imita sons sombrios, como se estivéssemos em uma caminhada pelos bosques do inferno. Naquela época imaginava-se o inferno como um lugar gelado, então a música segue esta referência. Há também um momento bastante lírico no momento em que Francesca conta a sua história. É preciso uma orquestra de alta qualidade para realizar esta obra”, pontua.
O poema sinfônico de Tchaikovsky abrirá o concerto e tem duração de 25 minutos. Em seguida, a Amazonas Filarmônica apresentará a “Sinfonia nº 5”, obra famosa de Shostakovich. Simões destaca que o compositor russo viveu durante o regime soviético, que teve forte influência no criador da ópera “Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk”.
“Após a ‘Sinfonia nº 4’ e ‘Lady Macbeth’, o governo soviético ficou insatisfeito com suas obras, por serem muito arrojadas. Eles queriam algo mais acessível. Então, Shostakovich trabalhou, ainda dentro de sua linguagem, para criar a Sinfonia nº 5, que é muito mais acessível, mas ainda assim muito bela. Dentre suas 15 sinfonias, a de nº 5 é a mais famosa”, afirma o maestro.
Com obras de renome no repertório orquestral, a Amazonas Filarmônica poderá mostrar o virtuosismo da orquestra e de seus integrantes, segundo Otávio Simões. “São obras de difícil execução, que também contam com solos de instrumentos de sopro e percussão, e exigem músicos de habilidade. É uma apresentação para os fãs da música e para aqueles que querem conhecer obras clássicas. São todos bem-vindos”.
Fonte: G1