O evento, que faz parte do projeto ‘A Arte Abraça Brumadinho’, está em sua quarta edição e tem a intenção de levar para a cidade atingida pela lama arte e agradecimento.
Um abraço em forma de notas musicais tomou conta de Brumadinho/MG neste sábado (31). Cerca de mil pessoas assistiram ao evento “Concerto da Gratidão” com participação do maestro João Carlos Martins.
No dia 25 de janeiro, a cidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi atingida por uma das maiores tragédias socioambientais do país. O rompimento da barragem B1, na Mina Córrego do Feijão, matou mais de 240 pessoas e a lama atingiu o Rio Paraopeba, um importante afluente do Rio São Francisco.
Neste sábado (31), a Polícia Civil confirmou a identidade da 249ª vítima da tragédia. Outras 21 pessoas ainda estão desaparecidas ou não foram identificadas.
Esta é a quarta edição do evento, que faz parte do projeto “A Arte Abraça Brumadinho”. O evento, realizado pela Fundação Dom Cabral, tem como objetivo mostrar para a população da cidade que todos os moradores são importantes e que a sociedade se importa com eles.
Todos os envolvidos no evento trabalharam voluntariamente. De acordo com o idealizador, Carlos Alberto Netto, o concerto também tem a intenção de agradecer a todas as pessoas que ajudaram, de alguma forma, os atingidos pela tragédia.
O Corpo de Bombeiros de Minas, que completou 108 anos de fundação nesta semana, foi homenageado pela maior operação de busca e salvamento da história brasileira. Neste sábado, a corporação completou o 219º dia de trabalho sem interrupção de busca por vítimas em meio à lama.
“A importância é mostrar a palavra gratidão e a palavra esperança. Gratidão por aquilo que os bombeiros fizeram, arriscando as próprias vidas para salvarem vidas. E esperança porque aqueles que perderam entes queridos, eles têm que saber que de uma adversidade a gente faz uma plataforma para voar mais alto. (…) E a música explica que Deus existe”, disse o maestro.
Além de João Carlos Martins, a programação deste concerto foi formada com apresentações da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, da Orquestra Jovem Gerais, do pianista e ator Davi Campolongo, e do cantor e compositor de Brumadinho Ângelo Sanrah.
Entre as apresentações, a organização exibiu vídeos com depoimentos de sobreviventes, de familiares de vítimas e de bombeiros que trabalharam ou ainda estão em campo.
Muitas famílias de pessoas que morreram na tragédia ou que ainda estão desparecidas estamparam as fotos destas vítimas em camisas e faixas. O luto também foi usado como forma de protestar contra a mineradora Vale, dona da barragem que se rompeu.
A Vale sempre afirmou seu compromisso com a comunidade e tem realizado ações de reparação ambiental, econômica e social na região.
Fonte: Portal G1