Hoje maestro, Martins é reconhecido mundialmente como um dos mais celebrados pianistas intérpretes de Bach
Quatro orquestras de Pernambuco se apresentaram sob a batuta do maestro paulistano João Carlos Martins, 79, neste domingo (6), às 16h, no Cais da Alfândega, no Bairro do Recife, à beira do rio Capibaribe. Os grupos, com músicos de idade entre 10 a 55 anos, são parceiras do projeto Orquestrando o Brasil, idealizado pelo renomado regente, que ainda tocou piano.
Foi a primeira vez que tocaram juntos a Banda Musical Curica, de Goiana, o Coral do Instituto Passo de Anjo, de Abreu e Lima, a Orquestra do Movimento Pró-Criança do Recife Antigo e a Orquestra Social Dom João Costa, ambas do Recife.
O evento foi promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura.
Para Martins, Pernambuco tem um significado especial. “Foi um dos primeiros estados que me receberam de braços abertos depois do drama que eu tive perdendo as mãos para os pianos, iniciando minha vida como maestro. E aqui eu tive a oportunidade de estrear aos meus 16 anos”, revelou. “É um dos estados mais musicais do país, inclusive por uma origem que tem o ritmo que veio da África e a melodia que veio da Holanda.
Seu trabalho como pianista é reconhecido mundialmente, principalmente como um dos mais celebrados intérpretes de Johann Sebastian Bach. Martins teve sua história contada no lme de 2017 “João, o maestro”, dirigido por Mauro Lima.
No ano passado, com apoio da Fundação Banco do Brasil e do SESI/SP e FIESP, deu início ao Orquestrando o Brasil, plataforma que tem como objetivo oferecer capacitação, divulgação e apoio a músicos e regentes. Hoje, já reúne cerca de 500 grupos de música. “Nós esperamos atingir mil orquestras em 5 anos”, falou.
“E tudo isso diante de um sonho de Villa Lobos. Ele dizia: não é um público inculto que vai julgar as artes. São as artes que mostram a cultura de um povo. E ele sonhou em fechar o Brasil em forma de coração através da música. Mas na época dele não havia nem internet nem TV. Quem sou eu perto dele? Mas pela exposição da mídia eu resolvi carregar essa bandeira junto com uma equipe maravilhosa. Temos pessoas que estão movidas a ideias”, ponderou. “E quando eu vi a forma como o Orquestrando o Brasil está mudando a vida de crianças, está mudando a vida de pessoas da terceira idade, é um movimento de mobilização”.
Fonte: JC Online