Filarmônica de Minas Gerais faz Concertos Didáticos para sete mil estudantes de escolas públicas de Belo Horizonte/MG

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Iniciada com apresentação para turma do programa Educação de Jovens e Adultos, programação vai até quarta-feira, incluindo público dos ensinos fundamental e médio, entre 6 e 17 anos

Música clássica para alegrar a vida, aguçar os sentidos e abrir portas para o mundo da arte. Cerca de 7 mil alunos de 159 escolas públicas de Belo Horizonte/MG participam até quarta-feira (4), na capital, dos Concertos Didáticos da Filarmônica de Minas Gerais, com a oportunidade, para a maioria, de assistir à apresentação de uma grande orquestra. Na abertura, na noite de ontem, na Sala Minas Gerais, estiveram presentes alunos de 24 unidades do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA). Hoje e amanhã, às 9h30 e às 14h30, será a vez dos alunos dos ensinos fundamental e médio, entre 6 e 17 anos. Todos os concertos têm regência do maestro Marcos Arakaki.

“Num espaço como este, a Sala Minas Gerais, é a primeira vez que assisto à apresentação de orquestra. Já vi no Parque Municipal, mas aqui é diferente. Bobo de quem não veio, pois perdeu”, disse, bem-humorado, o segurança aposentado Joaquim Paulo Alves, de 74 anos, aluno da Escola Estadual Vinícius de Morais, na Região do Barreiro. Satisfeito com o convite, que incluiu transporte, Joaquim se encantou do início ao fim, certo de que a música clássica significa o “silêncio da alma” e, além de “fantástica”, tem um “poder relaxante”. Casado há 40 e pai de dois filhos, Joaquim acredita que a iniciativa representa porta aberta para novos espetáculos e avisa que fará vestibular para o curso de serviço social.

Nas apresentações em local especialmente projetado para concertos sinfônicos, com duração em média de uma hora, os alunos ouvem as obras As bodas de Fígaro, K. 492: Abertura, de Mozart; Capricho Espanhol, op. 34, de Rimsky-Korsakov; Danças Folclóricas Romenas, de Bartók; e Orfeu no inferno: Cancã, de Offenbach. Ao longo do concerto, o maestro Marcos Arakaki dá explicações sobre as obras, os compositores e a orquestra. Satisfeito, o diretor-presidente do Instituto Cultural Filarmônica, responsável pela gestão da orquestra, Diomar Silveira, explicou que os concertos têm caráter educativo para pessoas de todas as idades, em especial os jovens, e significam a democratização da arte.

“É preciso desmistificar a música clássica, torná-la acessível a todos e acabar com o preconceito, como se fosse algo próprio de uma elite”, afirmou Diomar, lembrando que o conhecimento e a participação nos concertos acabam com essa ideia. “As pessoas irão além da música, tomando contato com a ‘família’ de instrumentos da orquestra, a exemplo das cordas, dos metais, da percussão”, destacou Diomar. Ele adiantou que, no domingo, às 11h, a Filarmônica vai se apresentar, pela primeira vez, na Praça da Savassi, na Região Centro-Sul da capital.

Democratização

Há 11 anos, explica Diomar, a Filarmônica de Minas Gerais tem se empenhado na democratização da música erudita, contribuindo, assim, “para uma formação cultural mais diversificada em nossa sociedade”. De 2008, ano da criação da orquestra, até 2018, 48,7 mil estudantes participaram dos Concertos Didáticos. Para o aprimoramento da ação, a Filarmônica conta com o apoio da Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), cujos alunos, selecionados e preparados pela universidade e maestro Arakaki, atuam como monitores nas escolas inscritas para ministrar aos estudantes as primeiras noções sobre música erudita. A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais e a Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte são parceiras no processo de inscrição e participação das escolas.

A plataforma educacional da Filarmônica abrange diferentes segmentos: Concertos Didáticos (para estudantes do ensino fundamental e médio), Concertos para a Juventude (para a escuta da música clássica em família), Concertos Comentados (palestras para o público dos concertos de série), Festival Tinta Fresca (para novos compositores brasileiros), Laboratório de Regência (para jovens regentes) e Concertos de Câmara (para todas as idades, com vistas à aproximação das pessoas da diversidade de timbres existentes em uma orquestra).

Além da experiência presencial em salas de concerto, professores, alunos e público em geral têm, por meio do site da Orquestra, que conta com ferramentas de acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva e visual (www.filarmonica.art.br), acesso a textos sobre obras e compositores, sons, características e curiosidades sobre os instrumentos de orquestra, livros de introdução ao universo orquestral dirigidos a crianças, adolescentes e adultos, além de vídeos sobre preparação e especificidades dos repertórios.

Enquanto isso…Orquestra na Savassi

Pela primeira vez, a Filarmônica de Minas Gerais, sob a regência do maestro Marcos Arakaki, faz um concerto gratuito e ao ar livre na Praça da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A apresentação será sábado, às 11h, na Avenida Cristóvão Colombo que será fechada para o espetáculo. Em nota, o Instituto Cultural Filarmônica informa que o público ouvirá um repertório variado, com ritmos da marcha e da valsa. O Brasil estará presente com os sons e melodias que falam da origem do povo, da força da cultura brasileira e da diversidade. E mais: A marcha do príncipe da Dinamarca (Trompete Voluntário), de Clarke; Sinfonia nº 40 em sol menor, K. 550: Molto allegro, de Mozart; Egmont, op. 84: Abertura, de Beethoven; Poeta e Camponês: Abertura, de Suppé; Contos dos bosques de Viena, op. 325, de J. Strauss Jr.; Batuque, de Fernandez; Suíte Nordestina, de Duda; ET: Aventuras na Terra, de J. Williams.

Fonte: Estado de Minas

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