“Esses jovens vão voltar para suas casas e falarão de música e arte”, define diretor do Instituto Core, de Joinville/SC

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Entidade oferece bolsas de estudos para crianças e adolescentes aprenderem a tocar instrumentos

Pelo menos 165 crianças e adolescentes de Joinville, com idades entre quatro e 14 anos, estão recebendo a oportunidade de ter aulas de instrumentos e musicalização por meio do Instituto Core de Música desde o dia 11 de março. Foi quando começaram as aulas dos 14 cursos, que oferecem bolsas integrais e parciais para estudantes de rede pública de ensino e de baixa renda da cidade. A seleção de estudantes ocorreu no ano passado.

“Dentre os alunos selecionados, 80% não sabe tocar nenhum instrumento. Ao fazer parte do quadro de alunos, esses jovens terão a possibilidade de se tornarem musicistas de alto desempenho para integrar as orquestras infanto-juvenil, jovem e filarmônica profissional”, destaca o diretor artístico do Instituto, Sérgio Ogawa.

A contrapartida para ter bolsa de estudos é o atestado de frequência e bons resultados no ensino regular, assim como frequência e rendimento no Instituto. O plano de formação dos alunos tem duração de nove anos. Ao longo dos cursos, os musicistas serão preparados para aprimorarem suas técnicas em universidades do exterior e, assim, aproveitar a vivência internacional para compor a orquestra profissional e o corpo docente do Instituto ao retornarem ao Brasil.

“São esses jovens que vão voltar para suas casas e escolas e falarão de música e de arte. São eles que vão formar plateia junto com seus familiares e amigos, e serão importantes meios de fazer a transformação sociocultural que nosso país tanto precisa”, ressalta o diretor artístico do Instituto, Sérgio Ogawa.

A pequena Nicolly Beatriz Machado, de seis anos, compõe a lista de aprovados para aprender clarinete. Ela ingressou no Instituto Core aos cinco anos, em 2017, quando participava das aulas de musicalização, também com bolsa integral. Para a mãe, Indianara Machado, o avanço é claro:

“Percebi a evolução dela no alcance dos tons musicais. Ela também presta muita atenção aos barulhos. Facilmente está dançando ou cantarolando”, destaca.

Não precisa nem pedir para a menina ensaiar. Segundo a mãe, Nicolly é dedicada e decidida. Todos os familiares com quem ela convive diretamente tocam diversos instrumentos. A tia é a principal fonte de inspiração, já que é a única da família que domina as técnicas do clarinete.

“Eu falei a ela: “filha, a tia pode te ensinar a tocar. Por que você não aprende um instrumento diferente no Instituto?” Mas ela me disse: “não, mamãe. Eu já decidi. Eu quero clarinete”. E ela tem só seis anos”, diz a mãe, impressionada.

Além disso, sempre quando chega das aulas, Nicolly conta empolgada o que aprendeu no dia. Elas moram com a avó da menina, que é quem leva Nicolly até as aulas de música de ônibus.

“Financeiramente, somos uma família pobre. Eu me viro para conseguir levá-la e faço de tudo para que ela não perca a oportunidade. Tudo o que eu não tive, quero oferecer a ela”, explica a mãe.

Assim como as mães dos outros alunos entrevistados pelo “A Notícia”, ela acredita que a possibilidade de tocar um instrumento vai além do auxílio no processo de desenvolvimento das crianças.

“Eu penso que quem toca algum instrumento vira um adulto muito melhor”, avalia.

Fonte: NSC Total

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