Centro Social Dom João Costa: 50 anos dando esperanças a crianças e jovens

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Instituição usa a música como uma das ferramentas para promover o resgate da cidadania

Fundado em 1969, pelas Religiosas da Instrução Cristã, no bairro do Alto José do Pinho, Recife-PE, uma das regiões conhecidas pela alta violência, impulsionada pelo tráfico de drogas, o Centro Social Dom João Costa se tornou a tábua de salvação para milhares de crianças e jovens, evitando que entrassem para a criminalidade.

Com a missão de valorizar e promover as pessoas, dando apoio também à família, o centro atende diariamente 380 pessoas, das quais 160 em cursos de musicalização, em três períodos, com direito a duas refeições por dia, uniforme, material de estudo e acompanhamento socioassistencial estendidos também aos familiares. Além disso, em média, outras 1500 pessoas se beneficiam das instalações do centro, com acesso a quadra para jogos de futsal, biblioteca e o telecentro. Algumas salas ainda são usadas para reuniões diárias do grupo de Alcoólicos Anônimos e catequese.

Funcionando em um espaço cedido pela Associação das Religiosas da Instrução Cristã (ARIC), a instituição adquiriu uma nova unidade em 2010, na Vila Santa Luzia, Periferia da Torre. “O Centro é um lugar de referência positiva no resgate de vidas e sonhos aqui na periferia do Recife”, explica a irmã Luiza Cordeiro de Melo Silva, diretora da entidade.

O maior e principal programa que a instituição tem é o PASE – Programa de Apoio Sociocultural e Esportivo que é subdividido em quatro projetos: “Bem crescer no esporte”; “Ginástica Olímpica”, “Teatro e dança” e “Musicalização”. Além do Programa de Desenvolvimento Profissional – PDP, que beneficia jovens a partir de 16 anos e adultos, com o intuito de contribuir para o fortalecimento da cidadania e melhoramento da qualidade de vida, utilizando cursos de qualificação profissional.

A música começou a ser usada como ferramenta em 2009, através do Projeto Músicos do Futuro, onde crianças e adolescentes iniciavam o contato com a música, mas com foco na formação de pequenas bandas compostas por violão, baixo, bateria, percussão, teclado e vocal.

O Centro é mantido através de parcerias com empresas e pessoas que colaboram de diversas formas. No caso da educação musical, a instituição conta com a doação de instrumentos feito por padrinhos e madrinhas do projeto e pela boa vontade de alguns profissionais “Temos instrutores e regentes muito habilidosos e apaixonados pela causa, que muitas vezes tem os levando a confeccionar os próprios instrumentos usando materiais reciclados do lixo, ou doados por alguém. Mas a necessidade para atender a demanda é grande, já que muitas crianças se interessam por frequentar as aulas, assim, o centro necessita de doações de instrumentos”, disse a Irmã Luiza, a responsável pela criação da Orquestra Social Dom João Costa, que tem hoje 46 músicos e faz em torno de 60 apresentações internas e externas ao ano.

O Centro contabiliza exemplos de jovens que superaram a extrema pobreza e hoje são empreendedoras, ou profissionais que se sustentam com o que aprenderam a fazer no local. Um exemplo é Henrique Costa, que durante 10 anos foi beneficiado pelos projetos, passando a ser estagiário e hoje é funcionário da instituição como instrutor de música, estudante de música no Conservatório Pernambucano de Música, além de fazer faculdade de música.

“Em seu aniversário, esse jovem pediu que as pessoas, ao invés de lhe darem presentes, dessem flautas doce para que os pequenos pudessem ter em mão o instrumento para aprender, já que as flautas que tinham não eram suficientes para todos os alunos. Ele conseguiu 20 flautas e está encantando a meninada”, contou a Irmã Luiza, ressaltando que participar do Orquestrando o Brasil pode dar mais visibilidade aos projetos do centro, trazer novos patrocinadores e dar acesso a mais crianças e jovens. “Acho uma enorme oportunidade de compartilhar e conhecer novos talentos e encantar mais ainda a vida desses músicos pela música e pela a arte de tocar um instrumento cada um dando o seu melhor”, concluiu a imã ao se referir ao Orquestrando o Brasil. “Aguardo agora a visita do maestro João Carlos Martins para conhecer nossa obra”.

 

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