Aos 91 anos, morre o maestro italiano Ennio Morricone

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Morreu nesta segunda-feira (6), aos 91 anos, o maestro italiano Ennio Morricone, autor de inesquecíveis trilhas sonoras para o cinema e vencedor de duas estatuetas no Oscar, incluindo uma pelo conjunto de sua obra.

O músico e compositor faleceu em uma clínica de Roma, capital da Itália, devido às consequências de uma queda. A família anunciou, por meio do advogado Giorgio Assumma, que o funeral de Morricone será fechado ao público, “no respeito ao sentimento de humildade que sempre inspirou os atos de sua existência”.

Segundo Assumma, o maestro “conservou a plena lucidez e grande dignidade até o fim. “Ele saudou a amada esposa Maria, que o acompanhou com dedicação em cada instante de sua vida humana e profissional e esteve a seu lado até o último respiro, e agradeceu a filhos e netos pelo amor e pelo cuidado que lhe doaram”, declarou.

Ainda de acordo com o advogado da família, Morricone também “dedicou uma comovida recordação a seu público, de cujo afetuoso apoio sempre tirou a força da própria criatividade”.

Última música de Morricone homenageia vítimas de desabamento

A última composição deixada pelo maestro italiano Ennio Morricone, é uma música de orquestra dedicada às 43 vítimas do desabamento da Ponte Morandi, ocorrido em agosto de 2018, em Gênova.

A composição tem quatro minutos e se chama “Tante Pietre a Ricordare” (“Muitas Pedras para Lembrar”, em tradução livre) e será executada na noite anterior à inauguração da nova ponte, prevista para o fim de julho, pela Orquestra do Teatro Carlo Felice, de Gênova.

Trajetória

Nascido no dia 10 de novembro de 1928, em Roma, Ennio Morricone criou mais de 500 melodias para o cinema e a televisão, e suas grandes paixões eram a música sinfônica e a experimentação.

Filho de trompetista e formado no Conservatório de Santa Cecilia, uma das escolas de música mais renomadas da Itália, ele faz parte do restrito panteão dos grandes maestros da história do cinema, como confirmam a estrela na Calçada da Fama de Hollywood e os dois prêmios no Oscar: um em 2007, pelo conjunto de sua obra, e outro em 2016, pela trilha sonora original de “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino, um de seus maiores fãs.

Além disso, foi indicado outras cinco vezes: por “Cinzas no Paraíso”, em 1979, “A Missão”, em 1987, “Os Intocáveis”, em 1988, “Bugsy”, em 1992, e “Malèna”, em 2001.

Outros grandes trabalhos de Morricone são as trilhas originais de “Por um Punhado de Dólares” (1964), “Cinema Paradiso” (1988) e “Bastardos Inglórios” (2009). Ao relatar sua grande capacidade de trabalhar com o cinema, o maestro explicou certa vez que gostava de ter liberdade.

“Há diretores que pedem coisas razoáveis e, neste caso, eu os ouço. Mas, depois, coloco minha assinatura, a minha atenção criativa”, disse.

Essa aceitação dos pedidos dos diretores não é passiva.” Segundo Morricone, a trilha sonora, antes de agradar ao diretor e ao público, precisava agradar a ele próprio. “Eu devo ficar contente antes do cineasta. Não posso trair minha música”, dizia

O maestro italiano também conquistou três prêmios no Globo de Ouro, seis no Bafta e 10 no David di Donatello, o “Oscar” do cinema italiano.

Fonte: ANSA

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