Introduzir a musicalização aos bebês e crianças estabelece um cenário de desenvolvimento geral
A música contribui em vários aspectos na vida de uma criança. O período que se segue até o terceiro ano de vida é o que Maria Montessori chama de “Mind Absorvent”: é nessa fase que a mente “suga” tudo que lhes é transmitido. Com toda a curiosidade característica da fase, é comum vermos os bebês e crianças emitirem ruídos e fazerem sons, por meio de batuques, sopros e afins.
O educador musical austríaco Jaques Dalcroze afirma que a música precisa passar pelo corpo, o que torna favorável a exploração de conteúdos musicais por meio da estrutura física. Já o educador musical japonês Schinichi Suzuki acredita que as habilidades naturais se desenvolvem por meio do treinamento. Nesse sentido, quanto mais cedo se iniciar o processo de musicalização, melhor.
É isso o que defende a professora Liergi Altmann (@sol.la.si.manaus), especialista em educação musical. Na hora de ensinar música para crianças, ela salienta também os pontos primordiais a serem considerados. “Utilizamos a repetição com foco, a fim de contribuir na aquisição dessas habilidades; utilizamos também as didáticas de outros educadores musicais atuais como Estêvão Marques, Maive Ardnt, etc”, comenta ela.
Nessa fase, a mente das crianças está limpa o suficiente. Isso faz com que o conteúdo musical seja absorvido mais rápido e de maneira mais eficaz por elas. “Costumo brincar dizendo que as crianças não têm contas para pagar ou outras preocupações da vida para tirá-las do foco. Elas estão com a mente aberta para desenvolver habilidades musicais”, destaca a professora.
Introdução
De acordo com Liergi, a idade ideal para iniciar as crianças à musicalização é aos 8 meses de idade. Os instrumentos musicais maiores devem ser oferecidos a partir dos 6 anos. O simples ato de disponibilizar algum instrumento menor ou objeto aos pequenos e deixá-los tirar sons conforme o seu gosto traz benefícios imensos ao desenvolvimento infantil.
As crianças que optam por instrumentos (a partir de 6 anos) fazem a escolha do item de acordo com a afinidade. “Quem opta por estudar um instrumento musical tem aulas de teoria musical na primeira parte da aula. Todo o conteúdo é colocado na prática com atividades lúdicas e jogos, por isso intitulamos de: aula de prática teórica. Já na segunda parte da aula eles se encaminham para suas aulas de instrumento”, comenta Liergi.
A música contribui no desenvolvimento motor, na linguagem e na fala; além de trabalhar a socialização, a concentração, a auto-estima, a criatividade e o raciocínio lógico, se estendendo até na área da matemática, diz Liergi. “Nas aulas de musicalização, porém, não trabalhamos um instrumento específico, pois o foco é o que conhecemos como ‘vivências musicais’, onde a ideia é semelhante à prática teórica. Mas não exclui a ideia de apresentar a eles os instrumentos musicais”, completa Altmann.
Fonte: A Crítica/ Laynna Feitoza